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16/12/2013

36°CAP - A APOSTA - VÉU DE NOIVA.



Lá pelas duas da tarde, os monitores
reuniram a turma num local chamado Canto
da Sereia. De lá partirá a comitiva a caminho
da Cachoeira Véu de Noiva. Antes da saída, o
monitor-chefe dá as instruções:

— A trilha é de quinze minutos,

supertranquila e plana. Aqueles que
quiserem, poderão descer a cachoeira de
rapel ou tirolesa. Os que não forem adeptos
dos esportes radicais, poderão seguir por
outra trilha. Permaneçam juntos e vamos em
busca de aventuras!

O caminho é ladeado por árvores frondosas

de copas largas, carregadas de um colorido
suntuoso. Apesar do forte calor, a sombra
das árvores refresca os estudantes e o aroma
de natureza intocada é revigorante.

Nina, Lais e Nathi puxam a fila,

caminhando logo atrás dos monitores. Um
deles vai nomeando as espécies nativas ao
redor. Um passeio para lá de cultural, já que
Nina não conhece a metade da flora que lhe
é apresentada.

Numa bifurcação, os estudantes se dividem

em dois grupos: os Pés no Chão e os
Amantes de Adrenalina. Óbvio que Nathi
segue entre os Pés no Chão e Nina e Lais
optam pelos Amantes de Adrenalina. Ambas
escolheram a tirolesa e já se preparam para
saltar, numa queda de trinta e seis metros de
adrenalina na veia.

Lais é a primeira da fila e dá um grito

quando salta. O monitor checa o
equipamento de Nina, posicionando-a. Ela
será a próxima. O coração quer sair pela
boca, mas a garota é corajosa. Harry se
aproxima, com um sorriso de deboche.

— Vai mesmo encarar?


— Não conheço o medo, Harry.


— Encontro com você lá embaixo. – o tom

dele muda, denotando apreensão. Harry está
com medo por ela? Pouco provável. Ou estou
enganada?

— Está pronta? – o monitor termina a

checagem do equipamento, atrelando-o à
corda.

— Prontíssima. – Nina fita Harry por um

segundo. Cadê o sorriso debochado? O que
ela vê é uma expressão receosa e um olhar
sério. – Ei, eu não quebro, lembra?

— Chegue inteira lá embaixo, está bem? –

Harry testa o equipamento de Nina, dando
pequenos trancos para verificar se ela estará
em segurança.

— Quer apostar?


Harry morde o lábio e não responde a

provocação.

— Ok, Harry, fique tranquilo. Vejo você lá

embaixo. – dito isso, ela se joga em direção
ao nada, sentindo tudo ao mesmo tempo. –
Uhuuuuuuuuuuuuuuuu. 


~~***~~

Caramba, o que dizer sobre a cachoeira? O

lugar é um pedaço do paraíso na Terra, com
um lago esverdeado e límpido, cercado por
formações rochosas e muito verde. A água
cai aos montes lá de cima, abrindo-se num
véu que bate com força no deck natural de
pedra calcária.

Nina e Lais nadam até a margem, onde

Nathália está sentada com um livro em mãos.
O mesmo livro que Gancho cedeu quando o
seu ficou ensopado.

— Nathi, venha nadar! – Lais chama.


— Ah, gente, vocês sabem que eu não

curto esse tipo de coisa. O fundo é lamacento
e tem bichos estranhos aí dentro. – Nathi
marca a página do livro e o fecha. – Eu
prefiro ficar aqui, sendo comida pelos
borrachudos.

— Você deve ter o sangue doce. Os

borrachudos não ousam se aproximar de
mim. – Nina brinca, saindo da água.

— Certo, pessoal, para aqueles que se

aguentam nas próprias pernas, atrás da
queda d’água existe uma gruta incrível. São
quatro câmaras desenhadas pela natureza.
Quem estiver a fim, que me siga! – o monitor
mergulha e poucos o seguem. Nenhuma das
meninas encara passar por debaixo da queda
d’água.

— Lais? – Nina aponta com a cabeça para a

cachoeira.

— Ai, será? Não sei não. – Lais não está

muito disposta a encarar a fúria da natureza.

— Sozinha eu não vou. – Nina está muito a

fim de conhecer a tal gruta.

— Vou com você. – a voz de Harry se faz

ouvir quando ele sai da água.

— Não, obrigada. – Nina rebate, com

descaso.

— Qual é, vamos lá, será divertido. –

Gancho se aproxima, colocando pilha nas
garotas.

Lais topa ir com Gancho, mas só depois de

Nathália dar um ok com a cabeça. Harry espera
por uma resposta de Nina.

— Vá lá, Nina. – Nathi incentiva.


— Talvez não seja boa ideia. A força dessa

água vai arrancar o meu biquíni e eu deixei a
camiseta na praia.

— Sinceramente, adoraria que a água

arrancasse o seu biquíni. Quanto à camiseta,
pode usar a minha. – Harry tira a camiseta
ensopada da cintura, estendendo-a para
Nina.

— Como você é engraçadinho. – ela

estreita os olhos, metralhando-o.
— Vá logo, Nina. – Nathi empurra a amiga
para cima de Harry.

— Dê logo essa camiseta aqui. – ela puxa a

vestimenta, analisando os prós e contras.

— Não pense, apenas vá. Ou depois, vai se

arrepender de não ter ido. – Nathi então
retoma a leitura.

Vestindo a camiseta de Harry, ela o segue a

nado até a cachoeira. A força da água é
surpreendente e Nina tem dificuldades para
respirar. Harry sobe no deck com uma
facilidade extrema e lhe estende a mão.
A água pesa toneladas e massageia
ferozmente os ombros e a cabeça. Nina sente
os joelhos arquearem e Harry a puxa de uma
só vez para dentro da gruta.
O chão está escorregadio e ela se apoia no
ombro dele. Harry a enlaça pela cintura e os
dois avançam com muito cuidado. Lais e
Gancho seguem mais a frente, um
amparando o outro para não caírem.

— Está escorregando muito. – Nina

caminha com cautela.

— Enquanto estiver nos meus braços,

estará segura. – ele solta a pérola.

— Rá, rá! Como você é presunçoso.


— Olha quem fala.


Avançando vagarosamente, finalmente

chegam a uma segunda câmara. O monitor
explica como aquela gruta foi formada e Nina
não consegue prestar atenção, sua mente
não processa as mais simples palavras.

Harry está próximo demais.

O toque dele em sua cintura, o calor que
ele emana, as gotículas de água que
escorrem pelo seu tórax, a forma como ele
tomba a cabeça de lado, os olhos da cor da floresta, a barba por fazer, os dentes
brancos que agora mordem o lábio.

Nina se pega relembrando o gosto que ele

tem, a forma como ele a segura ao beijá-la,
aquele sorriso debochado nos lábios… ele
nem imagina, mas ela se derrete por dentro
quando ele sorri.

O monitor leva a turma para outra câmara

e ao invés de seguir o pessoal, Nina estaca,
sentindo que precisa sair correndo dali agora
mesmo. Há uma ânsia que abre caminho por
suas veias, uma vontade absurda e
incontrolável de sentir os lábios de Harry
contra os seus.

— O que foi? – ele pergunta quando

percebe que há algo errado.

— Nada. – Nina acaba de corar, abaixando

a cabeça para que Harry não perceba.

— Está tudo bem?


— Tudocerto. – ela responde tão rápido que

o “tudo certo” pareceu uma palavra só. –
Eu… eu vou voltar.

— Por quê? – Harry suspende o queixo de

Nina com o polegar. – Não fiz nada errado,
fiz?

— Não. – ela se apressa em responder. –

Por incrível que pareça, você não fez nada
errado.

— Então?


— Não é nada, só quero voltar. – ela

desliza os pés pelo chão rochoso e vai se
arrastando, sem conseguir se firmar.

— Tudo bem, eu ajudo você. – ele a segura

pela cintura e os dois seguem rumo à saída
da gruta.

Avançando sem prudência, Nina dá um

passo maior do que deveria. O pé de apoio
não a sustenta e Harry a ampara, usando a
parede rochosa para escorá-la. Tão próximos,
tão perigosamente próximos!

Eles se encaram por alguns segundos. Nina

sente o coração pulsar mais rápido e teme
cometer uma loucura a qualquer momento. E
não é que ela comete?

Indo contra sua natureza congelante, Nina

agarra o rosto de Harry num ímpeto
desenfreado, trazendo-o para si, para sua
boca. A garota perde o controle, o chão, a
noção. Harry não se afasta, pelo contrário. Ele a gruda no paredão, num desespero
causticante.

A conexão entre os dois é imediata. Tudo

ao redor perde a importância, o significado.

Nina sabe que deveria se afastar, mas não

consegue, os sentimentos gritam e tomam
espaço com uma força avassaladora.

As mãos de Harry ganham terreno, subindo

pelas curvas de Nina, levantando a camiseta
molhada até o meio das costas. Ele tomba a
cabeça de lado e se agarra aos cabelos dela,
completamente ensandecido.

Esses dois estão pegando fogo e Nina não

consegue apagar o incêndio. Uma de suas
pernas se enlaça aos quadris de Harry e o
garoto está a ponto de entrar em ebulição.

Infelizmente eles não veem, mas eu vejo:

Bola, escondido nas sombras, lança mão da
câmara a prova d’água de Bárbara e clica
esse momento tão íntimo. Com um sorrisinho
lateral, o cara se afasta, doido para ganhar
mais um beijinho.


Nota da Autora: Sem comentários, simplesmente sem comentários, quem quiser comentar, pode comentar, quem não quiser, por que comentar depois de uma cena dessa, certo?? Chocada, é assim que eu me sinto kkkkkkkkk' mais enfim gostaram meus amoriiiiis?? Espero que sim, Beijos X Beijos  

6 comentários:

  1. Oiiii... to eu aqui de novo. Sério. Vicieii legal! Leeh que fic é essa? Caraa... com certeza essa é uma das melhores que eu já li ( e olha que eu sou uma pessoa que acompanho umas 10 fics ao mesmo tempo e já li inúmeras outras... sim, sou viciada kkkkkk )! Esperando a continuação. Beijos gata ;) xBruna

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    1. ahusahushau Pois somos duas viciadas então Amora \õ/ e obrigada pelo elogio da fic :3

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  2. precisa continuar cara,eu vou morrer se não lê o próximo capitulo

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    1. Por favor não morra, é sério, não quero ser presa antes de completar 27 anos e me casar com o Peter Pan ahusahushau' :3

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A cada 10 pessoas que comentam 4 delas dizem, na verdade o que eu realmente não sei o que estou falando, então se entendeu parabéns e obrigada por comentar.
E lembrando foi comprovado cientificamente que comentar emagrece.