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29/11/2013

29°CAP - A APOSTA - HARRY SEU IDIOTA.





Harry, assim como Nina, acaba de tomar um

Dorflex. O cara sente como se tivesse sido
preso em uma cama sadomasô e esticado de
forma impossível. Não descerá para o jantar,
não está em condições.

Gancho chega com Zayn, trazendo um

sanduba de dois andares e refris. Harry geme
de dor ao se levantar para comer.

Mata o sanduba em tempo recorde,

sorvendo uma Coca gelada para arrematar.
Ele precisava mesmo é de uma cerva, mas o
pessoal do hotel é incorruptível, segundo
Gancho.

— Tentarei de novo. Aquela loirinha da

cozinha ficou me encarando… quem sabe eu
não descolo umas três latinhas? – Zayn se
levanta, pega a carteira e sai do quarto.

— E a Nina? – Harry pergunta, um tanto

deprimido.

— Nem sinal dela, da Nathi ou da Lais.

Tentei subir escondido até a ala das meninas,
mas a Margareth barrou a minha passagem.– Gancho elucida.

— O que eu devo fazer, Cabeça? Me

ilumine aqui!

— Se você encarar a Kibi, ela vai liberar o

vídeo para o seu velho. E aí, meu
camaradinha, vai feder para o seu lado.

— Meu pai só está esperando algo assim

para barrar a minha faculdade. Ele já avisou,
cara, não vai pagar as mensalidades se eu
aprontar. E o acidente com a moto pode ser
chamado de aprontar, não pode?

— Se fosse meu filho naquela moto, eu

arrebentava a cara dele. – Gancho faz piada,
mas o assunto é sério. Harry poderia ter
morrido naquela brincadeira insana. –
Mantenha a aposta. Agora só faltam cinco
dias.

— Não posso continuar com isso sem saber

qual o plano da Bárbara. – Harry geme ao se
ajeitar na cama. O pescoço e os braços estão
queimando.

— Vamos descobrir. Amanhã cedo pegamos

ela de jeito.


~~***~~

A manhã nasce nublada, com previsão de
chuva no final da tarde. Depois de tomar um
café-da-manhã cheio de carboidratos,
Bárbara segue para o quarto e descarrega as
fotos e vídeos. Ana Paula está no banho, para
variar. Bem, vocês sabem o que isso quer
dizer.

— Não temos material suficiente. Isso aqui

não dá para nada! – Bárbara soca o
travesseiro.

— Foi só o que conseguimos. – Suzana

tenta colocar panos quentes na situação. Mas
como a coisa está fervendo, ela deveria
colocar panos congelantes.

— Que droga! – Bárbara explode.


— Eu não queria tocar no assunto, mas… –

Suzana teme terminar a frase.

— O que é?


— Aquele beijo de ontem, não foi um mero

pagamento de aposta. Sei que não fui a única
a notar isso. – Suzana engole em seco, mas
continua. – Eu realmente acho que você não
vai conseguir seu namorado de volta, nem
com chantagem. O que está rolando entre o
Harry e a Nina já ultrapassou a linha de
segurança e você é a culpada disso. – mesmo
com a possibilidade de um tapa na cara ou
uma vingança desmedida, Suzana fala tudo o
que pensa. Aguarda uma reação exacerbada
pela parte da Kibi Mor, mas essa reação não
vem. Bárbara encara a parede branca por um
longo tempo antes de responder.

— Você tem razão, as coisas saíram do meu

controle. Eu sabia que isso poderia
acontecer. Enfim, terei que mudar de
estratégia. Não que isso seja ruim, só não é o ideal.

— O que pretende? – Suzana se apruma

sobre os lençóis.

— Minha vingança contra a vagaba vai

continuar. E quanto ao Harry, bem, vou fazer o cara sofrer como ele me fez sofrer. Se ele
realmente se apaixonar pela Nina, não
deixarei que fiquem juntos.

A história de Bárbara e Harry não é nada de

tão anormal. O problema foi que o cara
mexeu com a Kibi errada. Depois de ficarem
juntos numa festa, a Kibi Mor cercou o garoto
de todas as maneiras, seguindo-o em todas
as baladas da cidade. Eles ficaram juntos por
mais duas vezes depois disso.

Os amigos – entenda Gancho no topo da

lista – desafiaram Harry a namorar a mesma
garota por mais de quinze dias. E o cara, que
não suporta ser desafiado, topou a aposta.

O alvo já estava marcado: Bárbara, a Kibi.

Bem, nessa época o termo Kibi ainda nem
existia. Uma pena, facilitaria muito o meu
trabalho narrativo. Mas vamos em frente.

Bárbara sempre foi louca pelo Harry. Se não

me engano, desde o quinto ano do
fundamental. O tempo passou e ela
finalmente ficou com o cara, na tal festa
citada. Babi realmente acreditava ter fisgado
Harry, para todo o sempre.

Como se fazia antigamente, ele pediu

Bárbara em namoro. Foi uma situação tão
esdrúxula que prefiro não entrar em
detalhes. A garota aceitou, aos pulinhos. O
que ela não sabia é que esse namoro estava
com os dias contados. Ou sabia?

Enfim, nos quinze dias de namoro rolou:

lanchonete, cinema, shopping, cinema,
shopping, lanchonete, cinema, sorveteria…
bem, vocês já entenderam. No décimo sexto
dia, Bárbara chegou na casa de Harry sem ser
convidada. O dia estava chuvoso, escuro e
com trovões que faziam as janelas tremerem.
Naquela tarde, Harry estava sozinho jogando
vídeo-game.

A funcionária deixou Bárbara entrar e

apontou a escada para o andar de cima. Os
pais de Harry estavam no trabalho e a garota
poderia colocar seu plano em prática.
O rapaz nem imaginava o que estava para
acontecer.

Atirando em aliens malvados na tela, Harry

se mantinha alheio ao que rolava do lado de
fora do quarto. Pensava em uma maneira de
terminar o namoro com Bárbara, sem causar
qualquer trauma à menina. Ele já não
aguentava mais o grude e os papos fúteis
que ela gostava de dividir.

Harry ansiava por sua liberdade e a aposta

havia sido cumprida.

Os beijos e amassos não eram de todos

ruins. O que Harry odiava era a garota no seu
pé, dia e noite, ligando de meia em meia
hora para saber onde ele estava. E não só
isso. Ela começou a dar palpites em suas
roupas, corrigir sua postura e a pentelhar
para que ele a levasse a um restaurante de
verdade, sem ser o McDonald’s ou o Burguer
King.

Harry estava a ponto de explodir. Precisava

terminar logo com esse namoro.
A porta do quarto foi aberta e o garoto
quase teve um surto quando Bárbara,
vestindo apenas um robe de seda
transparente, cruzou o umbral e se segurou
no batente, desenvolvendo uma performance
a lá Pole Dance. Ela sustentava um olhar
esmagador, daqueles só vistos em filmes
proibidos para menores de dezoito anos.
Vocês imaginam a cara embasbacada do
Harry?

Juro, o garoto não sabia onde se enfiar.

Arrancou o lençol da cama e correu para
cobrir Bárbara. Mas ela não aceitou ser
coberta e muito menos deixou Harry falar.
Pegou o cara pelo colarinho, jogando-o sobre
a cama.

Bárbara caiu sobre ele que, mesmo

desnorteado, tentou escapar. Bem, qualquer
homem numa situação dessas sucumbiria
facilmente. Mas não Harry. Ele não conseguiria
enganar Bárbara e conviver com isso depois.
Harry apostava sim, até ludibriava, mas nada
desse porte.

Bárbara não parava de beijá-lo, de apertálo,

de sei lá mais eu o quê. Harry rolou para o
lado e segurou os braços da garota acima da
cabeça. Ela precisava ouvi-lo, por Deus! O
problema é que ela não queria ouvir!
Ele até pensou em dar uns tapas na cara
dela, quem sabe assim chamasse a atenção.

Felizmente, não foi preciso dar umas

bofetadas e ele conseguiu falar o que
precisava ser dito, inclusive sobre a aposta.
Bárbara implorava para que Harry não
terminasse com ela. Suplicava por outras
coisas também. A cena foi deprimente. A
garota, nua, vestindo apenas um hobby
transparente, aos prantos. É claro que Harry
ficou comovido, mas foi irredutível. O namoro
estava acabado e ponto final.

Não pensem vocês que Bárbara ficou

chorando por Harry. Oh não. O chororô durou
dois dias, no máximo. Depois disso, a garota
voltou a sua habitual rotina: beijar todos os
caras e infernizar a vida das meninas do
Prisma.

Analisando o fato friamente, acredito que

Bárbara esteja se enganando quanto ao amor
que sente por Harry. Ela pode até ser doente
pelo cara, mas amor? Está bem longe disso.


~~***~~

As Kibis descem para a piscina. Apesar do

dia estar nublado, um forte mormaço toma
conta da ilha. Ana Paula e Suzana estão
dentro da água com um bando de garotos e
quando Harry e Gancho se aproximam, a Kibi
Mor está sozinha lendo uma revista, estirada
na espreguiçadeira. Ela levanta a cabeça,
olha para os garotos com desdém e retoma a
leitura. Gancho arranca a revista das mãos
dela, nada simpático.

— O que querem? – Bárbara interpela,

deslizando os óculos de sol sobre a cabeça. –
Aliás, excelente performance a sua ontem,
Harry. Uau, fiquei sem fôlego. – ela se abana
com as mãos.

— Precisamos conversar. – o tom de Harry é

indecifrável.

— Se é sobre o vídeo ou a aposta, esqueça,

não voltarei atrás. – a Kibi recoloca os óculos sobre os olhos. – Aliás, você está se saindo muito bem, nem precisei passar as
instruções.

— O que está pretendendo? Qual o seu

plano diabólico? Se quer se vingar de mim,
tudo bem, mas deixe a Nina fora dessa. – Harry se senta na espreguiçadeira ao lado.

— Veio defender a vagaba? Sério mesmo,

Harry? – Bárbara se ajeita, numa frieza glacial. – Eu quero o sangue da Nina. Quero
humilhar a garota, vê-la chorar como
aconteceu ontem.

— Pronto. Já conseguiu a sua vingança. O

que mais pretende? – Gancho joga a revista
no colo de Bárbara.

— Cumpra a sua parte no acordo que eu

cumprirei a minha, Harry. Aliás, a internet aqui do hotel funciona bem que é uma beleza. Dê um passo em falso e mando o vídeo para o
seu pai.

— Não tem conversa com você, não é? –

Harry retesa os lábios, irritado.

— Nope. E vão andando, estão estragando

o meu dia.



Nota da Autora: Em primeiro lugar se eu fosse o Harry eu me jogaria da ponte segundo lugar se não tivesse uma ponte eu cortaria os meus pulsos, por que na boa o Harry ta fodidokkkkkkkkkk' gostaram minhas amoras?? Bem espero que sim Beijos X Beijos


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E lembrando foi comprovado cientificamente que comentar emagrece.